Loveandpizza.it – Um Romance Em Napoli ( Parte 5 )
Loveandpizza.it – Um Romance Em Napoli ( Parte 5 )
~ Visitando o nosso primeiro “lar, doce lar” ~
Na manhã seguinte, estávamos na escola às 7h45. Afinal, eles nos ofereceram café, não foi? Seria rude dizer não.
‘Ok. Então, podemos ir? O senhor Rocco está esperando a gente lá e ele pode estar um pouco impaciente’’, disse Carl pegando as chaves do carro. Eu não tinha visto nenhum carro no pátio e me perguntei qual carro eles teriam. Dei uma risadinha ao imaginar um carro no estilo napolitano.
Eu não estava tão enganada sobre o carro. Embora fosse bastante novo, o Renault Clio preto tinha tantos arranhões e amassados que não pude deixar de olhar e pensar em como Carl e Gwen deviam ser barbeiros. Acho que a Gwen percebeu meu espanto, porque imediatamente disse:
‘Aff…, você pode imaginar como são as pessoas nessa cidade quando estão dirigindo? Realmente não gostamos de deixar o carro estacionado do lado de fora, mas o dono do palazzo só permite que as motos entrem no pátio. Os napolitanos não são os melhores motoristas do mundo, e nosso carro está tão arranhado que nem nos preocupamos mais em consertá-lo.’
‘Nossa, eu vi’, comentou Lisa. ‘Então, essa casa é muito longe?’
‘Bem, não é no centro, mas a estação de metrô fica a apenas 5 minutos da casa e é muito seguro morar lá. Além disso, o senhor Rocco já está acostumado a alugar para nossos professores, então não há burocracia. Tentar alugar em uma agência levará pelo menos uma semana e vocês precisam se mudar amanhã, não é?’, perguntou Carl.
‘Sim, hoje é a nossa última noite no hotel. Estou tão feliz que você conhece esse homem’, disse. ‘A gente não iria saber como fazer de outra maneira. E se der tempo, já podemos ver onde moram nossos alunos e começar a preparar as aulas.’
Gwen concordou.
‘Claro, quanto antes vocês se estabelecerem, mais rápido será para vocês se localizarem. E vocês ainda terão tempo de sobra para passear.’
‘Mal posso esperar por isso’, respondi e apertei a mão de Lisa quando olhei ao nosso redor e vi os lugares feios pelos quais estávamos passando. Nossos corações se apertaram, e eu apenas esperava e rezava para que a casa não fosse em um lugar horrível e tão longe do centro da cidade.
Viramos à esquerda em uma rua lateral, a duas quadras da estação de metrô Chiaiano. Havia um enorme portão de ferro verde na frente da casa. Carl telefonou para o proprietário, que veio abrir para nós.
Senhor Rocco. Vincenzo Rocco. Um homem alto, com sessenta e poucos anos, uma expressão rude e apática. Ele só conversou com o Carl enquanto nos mostrava a casa. Achei estranho, e guardei isso para mais tarde perguntar para a Gwen.
Bem, sobre a casa. Era um grande terreno, com três pequenas casas geminadas. A nossa seria a do meio. Havia um caminho bonito em direção à porta, um pequeno jardim e uma varanda. Entramos pela porta da sala. A sala era bem grande e tinha uma enorme estante de livros em um canto, perfeita para todos os nossos livros e materiais didáticos. Havia um sofá-cama e, no canto oposto, um pequeno ângulo da cozinha. Era adorável. Apesar de pequena, era muito fofa, se é que você me entende. A seguir ele nos mostrou o banheiro. Não pude acreditar! Uma banheira! E uma máquina de lavar! O banheiro parecia novo, com azulejos azul claro e brancos nas paredes e no chão. Super fácil de limpar.
Bem ao lado estava o único quarto. Bem grande, com duas camas e uma porta francesa que dava para a varanda. Era uma manhã linda e a gente podia ouvir os pássaros cantando em cima do telhado e nas árvores do jardim. Ah! Um pequeno pedaço do paraíso, pensei.
Sr. Rocco explicou – novamente para o Carl – tudo sobre o aluguel, a manutenção do local e outras coisas práticas. O aluguel era de seiscentos euros, o que, dividido por dois, não era mau e incluía todas as despesas. Não tinha TV e a gente teria que resolver a conexão com a Internet. Lisa e eu pedimos licença enquanto os três (na verdade, dois deles) conversavam.
‘E aí, Carolina, o que você acha?’
‘Gostei bastante. E você?’
‘Também. É longe do centro, mas olhe para esse lugar… Imagine morar no centro com todo aquele barulho e movimento. Acho que será como sair de férias voltar para casa depois do trabalho. Vamos aceitar?’
‘Acho que sim, não temos escolha. Senão, não sei o que a gente pode fazer. Vamos falar sim e ver o que acontece, ok?’
‘Ok. A gente pode já se mudar hoje, ir ao mercado, limpar…’
‘Se de repente a gente não gostar, podemos procurar outro lugar com mais calma.’
Entramos novamente e dissemos a Carl que estávamos de acordo em assinar o contrato. Voltaríamos com as nossas coisas e todo o dinheiro (aluguel de um mês mais depósito de um mês) na manhã seguinte antes do almoço. O Sr. Rocco morava na esquina, então ele estaria lá esperando por nós com as chaves.
No carro durante o caminho de volta, Gwen estava mais do que tagarela.
‘Ah, não é ótimo, Carl, que elas irão morar em um lugar tão lindo? Eu gostaria de poder morar em uma casa também.’
‘Gwen, Carl, antes que eu me esqueça… Por que o Sr. Rocco não olhou nem falou comigo, com a Lisa ou a Gwen, hoje de manhã?’, perguntei.
A Gwen logo respondeu.
‘Ah, querida, não se preocupe com isso. Homens, presumo’, e Carl a lançou um olhar de soslaio. ‘Italianos mais velhos, quero dizer’, ela continuou. ‘É porque eles nos respeitam muito ou porque acham que nós, mulheres, não entendemos de absolutamente nada.’
Todos nós rimos e logo eles nos deixaram no B&B.
‘Ok, aqui estamos nós, meninas’, disse Carl. ‘Que horas venho pegar vocês amanhã?’
‘Por quê?’, eu estava confusa.
‘Nós levaremos vocês para a casa nova, é claro’, explicou Gwen.
‘Nossa, isso é muito gentil da parte de vocês, mas não precisam se preocupar’, falou Lisa.
‘Imagina, será um prazer’, respondeu Carl. ‘Então, a que horas? Pode ser às dez horas? E depois, a gente podia almoçar junto, o que vocês acham?’
Lisa e eu estávamos claramente envergonhadas, mas aceitamos.
‘Poxa, de novo, muito obrigada. Às dez horas estaremos prontas,’ eu disse.
‘Combinado. Até amanhã então. Ciao, ciao!’
‘Tchau. Até amanhã’, nós respondemos. E eles foram embora.
Subimos as escadas para o nosso quarto. Tirei os sapatos, que é a primeira coisa que sempre faço quando chego em casa, e me sentei na minha cama.
‘E aí, Lisa, o que você acha?’
Ela ligou o aquecedor e o barulho meio que me acalmou. Ela caiu em sua cama.
‘Hmmm…, acho que você pode me perguntar isso novamente daqui a uma semana. Até agora, estou super empolgada com a casa e mal posso esperar para sair por aí. E você?’
‘Acho que eu também preciso de mais tempo para ter uma opinião. Também não posso esperar para turistar por aí. Comida primeiro?’
‘Claro. Do que você gostaria?’
‘Lisa, Lisa… o que você acha?’
(***)
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Beijão e inté a semana que vem!
Dani