Esse foi o conto que deu origem a Loveandpizza.it (ou melhor a minha tradução “meia boca” dele. Sim, porque embora sou professora de inglês há tantos anos, eu sou péssima tradutora. Ops!) Como já expliquei aqui, foi como uma história de vingança, que eu nem cogitava que saísse do meu diário, quem diria dar início a um romance tão gostoso de escrever – e de ler! Se quiser ler o original em inglês, é só clicar na bandeirinha no topo da página.
(***)
No começo, a palavra. E ela era falada de centenas, talvez milhares de maneiras diferentes. Não havia cartas escritas ou documentos com assinaturas, e se você dissesse algo e ‘desse sua palavra’, ela era mais valiosa do que sua própria mãe!
Confiança; onde foi parar, eu me pergunto. Em um mundo onde nem mesmo ‘eu te amo’ pode ser levado totalmente a sério. Sempre haverá uma menina doce e ingênua chorando em algum lugar porque apenas as palavras não foram suficientes! E não é irônico que essa mesma garota possa entender o mesmo “eu te amo” em pelo menos cinco línguas diferentes?
Bem, talvez se ela pudesse entender as palavras alemãs para dizer ‘Eu te amo’, em vez do esnobe francês, ela estaria com um homem melhor agora. Ou ela deveria ter ouvido eles chamá-la de ‘bella ragazza’, ou ´mia principessa’. Não dizem que os italianos são super românticos?
Esta é a história de uma verdadeira bella ragazza, que estava cansada de ter sua vida moldada para ela, e decidiu abraçar o mundo (mais especificamente o mapa da città de Napoli e a geografia ao redor do Monte Vesúvio) para se redescobrir..
Então, nosso “era uma vez” começa agora, onde ela está sentada em sua mesa; seus livros de medicina de um lado; seu celular do outro lado. Ela olha para a foto deles, bem na sua frente, mas ao mesmo tempo ela olha para o vazio. Seus olhos se enchem de lágrimas.
“O que eu fiz de errado?” Ela pensa. “Achei que estávamos tão apaixonados. Por que ele teve que se mudar para tão longe?”
Ela enxuga os olhos e se levanta, tentando recuperar a coragem para voltar aos seus livros.
“Oh, vamos lá, Srta. Carolina! Você tem uma prova horrível amanhã e já passa da meia-noite! Vamos parar com essa coisa de coitadinha e vamos trabalhar!”
Ela vai ao banheiro, lava o rosto, se olha no espelho e mostra a língua:
“Jean, você é um idiota! Blahhhh!”
Sua raiva a arrasta até a cozinha onde ela procura algo para comer e faz um café bem forte para mantê-la acordada por mais algum tempo.
No caminho de volta para o quarto, ela fica tentada.
“Hummm … outra olhadinha rápida em meus e-mails não vai doer, vai?”
E para sua surpresa, na verdade há um e-mail:
“Argh! E ele diz que sente minha falta? Aliás, isso nem pode ser chamado de e-mail!”’, ela pensa, desejando que ele estivesse ao alcance de sua mão, para que pudesse socá-lo no rosto com toda a sua força.
Ela fecha o laptop com raiva e faz outra viagem para a cozinha.
“EU DEFINITIVAMENTE mereço outra barra de chocolate!”
Vendo Carolina voltar para o quarto e, desta vez, pensando seriamente em dar o seu melhor nos estudos, Clara, sua irmã mais velha, gostaria que Carolina tivesse escolhido uma versão italiana de ‘Eu te amo’. Pelo menos os italianos são mais bonitos! “Ela é tão bonita, tão jovem”, Clara pensa. “Como ela pode estar tão cegamente apaixonada?”
E isso é algo para vocês, leitores, descobrirem. Pode ser loucura pensar, mas totalmente possível. E se para esta pobre menina nunca houvesse A palavra? Não escrita, falada ou ouvida. Apenas um olhar ou um toque amoroso e terno. Nenhum ‘eu te amo’ jamais poderia ser mal interpretado!
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